Falar sozinho em voz alta é um mecanismo que nos ajuda a localizar os objetos que não encontramos ao nosso redor

por Roberta Freitas

16 Outubro 2018

Falar sozinho em voz alta é um mecanismo que nos ajuda a localizar os objetos que não encontramos ao nosso redor
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Você já viu pessoas andando pelas ruas ou em supermercados pensando em voz alta? Por quanto possam parecer loucos, na realidade, eles não são, e é um estudo recente dos EUA a provar isso. De acordo com os psicólogos Gary Lupyan e Daniel Swingley, na verdade, eles exatamente os indivíduos mais inteligentes a dar vazão aos seus pensamentos em público. Albert Einstein é um exemplo que nos mostra que por trás dessa prática incomum pode esconder-se um gênio.

via sas.upenn.edu

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O estudo americano Self-directed speech affects visual search performance, publicado na revista "The Quarterly Journal of Experimental Psychology" em 2011, dissipou uma crença comum de que as pessoas que pensam em voz alta têm algum parafuso a menos. De fato, a pesquisa dos dois psicólogos visa aprender mais sobre os efeitos dessa reflexão externa sobre os processos visuais, que são utilizados por esses indivíduos para buscar objetivos específicos.

Por exemplo, quando um sujeito procura uma caneta na mesa, ele pronuncia o nome em voz alta para memorizá-lo e facilitar sua busca, sem estar ciente disso. Esse mecanismo ajuda esses indivíduos a fortalecer a associação entre o aspecto abstrato do nome do objeto e o seu aspecto visual e material.

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Os psicólogos Gary Lupyan e Daniel Swingley pediram a 22 universitários que procurassem pão ou uma maçã em um supermercado. O resultado foi que aqueles que diziam o nome da comida em voz alta eram mais rápidos do que os que não a diziam. Esse resultado é explicado pelo fato de que a informação dada aos jovens passa da esfera perceptual ou conceitual do objeto para a do código linguístico e, em seguida, parte do linguístico para o não-verbal da representação conceitual do pão ou da maçã.

Ou seja, nosso cérebro trabalha com processos de associação visual e verbal, e esse mecanismo aparentemente trabalhoso nos ajuda a reorganizar idéias, acalmar os nervos e focar nossa atenção. Cuidado, no entanto, tudo isso funciona apenas se conhecermos a natureza do objeto que procuramos exatamente porque ativamos todas essas engrenagens.

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Pelo visto é uma boa prática exercitar lentamente nossa mente para pensar em voz alta e fortalecer nossos processos cognitivos. Afinal, se os estudiosos dizem que não é loucura, por que não fazer isso?

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