Uma enfermeira escreveu um post no Facebook que mostra o quanto o seu trabalho possa ser invisível

por Roberta Freitas

14 Janeiro 2020

Uma enfermeira escreveu um post no Facebook que mostra o quanto o seu trabalho possa ser invisível
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Hospitais são lugares onde, na maioria das vezes, você vai por motivos desagradáveis, tirando os nascimentos e eventos felizes. A equipe que trabalha em hospitais tem uma tarefa muito importante que vai além de sua profissão: inevitavelmente, o trabalho de médico, enfermeiro ou assistente vai além das habilidades práticas e leva à empatia e, em geral, ao cuidar do outro.

No entanto, acontece que o esforço daqueles que tentam tornar os lugares como os hospitais, lugares mais humanos onde as pessoas possam se sentir mais seguras e, pelo menos confortadas, passa despercebido ou é até depreciado. Um post escrito por uma enfermeira deixa claro para nós como o trabalho deles e de seus colegas geralmente possa ser invisível aos olhos dos pacientes e familiares.

via Facebook / Sandra Kluskowski

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Did you know I was there? I was just another voice getting report and gathering all information so I would know more...

Pubblicato da Sandra Kluskowski su Giovedì 5 dicembre 2019

O post escrito no Facebook por Sandra Klukowski, uma enfermeira, gerou milhares de compartilhamentos nas redes sociais: é uma espécie de carta escrita para um paciente em particular, mas pode ser aplicada muito bem a qualquer outro paciente, em qualquer outro hospital do mundo. O denominador comum no trabalho dos enfermeiros é que muitas vezes é subestimado, é invisível aos olhos de quem o utiliza. Aqui estão algumas passagens do longo post publicado:

"Você notou que eu estava lá? Eu era apenas a décima terceira voz lendo o prontuário médico e coletando todas as informações para que eu pudesse conhecê-lo melhor. [...] eu o cumprimentei com um tom de voz confortável, esperando que não fosse muito alto ou talvez estivesse muito baixo e você nem conseguisse ouvir o que eu tinha dito, vim depois de ter pego tudo o que precisava para te limpar. [...] Não precisava ouvir você dizer que estava sofrendo, as suas queixas foram suficientes para que eu entendesse. Fui pegar um cobertor quentinho, esperando que pudesse aquecê-lo.

O médico logo diria 'fizemos tudo o que podíamos'. [...] Você me ouviu quando perguntei à sua família se eles precisavam de alguma coisa? Eu só queria fazer algo que poderia ser útil. [...] Você me ouviu duas horas antes da sua morte, sussurrei para você o quanto você realmente era amado? Você notou que eu estava lá? Eu só queria te dizer que fiz o meu melhor, o que eu mais queria era que você se sentisse confortável e seguro até o momento em que te cobri com um lençol e fechei a porta atrás de mim o mais suavemente possível como se quisesse dizer... Te deixo descansar."

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Muitas vezes esquecemos o quão difícil pode ser a profissão de enfermeiro: cuidar de pessoas que estão morrendo, com frequência, percebendo que não podemos dar o que gostaríamos àqueles que ainda têm pouco a viver, mas apenas um sorriso e boas maneiras. Ter que lidar com pessoas que nem percebem esse sorriso ou um gesto delicado, porque acham que tudo é dado como certo.

Os enfermeiros também lidam com a morte e, mesmo que não conheçam os pacientes, sofrem com o seu falecimento e imaginam a dor dos familiares.

Se encontrarmos novamente um enfermeiro, vamos lembrar da sua importância nos hospitais e agradecer a ele pelo trabalho!

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