Esta mulher corajosa salvou mais de 150 crianças judias do Holocausto, dizendo que eram seus próprios filhos

por Roberta Freitas

21 Abril 2021

Esta mulher corajosa salvou mais de 150 crianças judias do Holocausto, dizendo que eram seus próprios filhos
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Entre as páginas mais horríveis da história da humanidade, está a que Europa viveu durante o regime nazista que surgiu na Alemanha a partir da década de 1930 e que se espalhou com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e acabou na tragédia do Holocausto. Uma mancha que permanecerá para sempre indelével em quem vivenciou aquele horror em primeira pessoa e em quem perdeu entes queridos em um campo de concentração. Anos de horrores que produziram histórias de coragem que merecem ser contadas...

via NPR

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United States Holocaust Memorial Museum/Wikimedia

United States Holocaust Memorial Museum/Wikimedia

Hoje queremos contar a história de Marion van Binsbergen, uma mulher nascida em Amsterdã em 1920 de uma família rica e muito aberta à integração social; integração, típica da Holanda na época, que rachou a partir de 1940, quando a Alemanha de Hitler ocupou a Holanda e impôs leis raciais contra a população de origem judaica. Em 1941 ela foi presa por 7 meses após violar o toque de recolher e passar informações confidenciais para a BBC britânica. No ano seguinte, a mulher decidiu que faria de tudo para salvar a vida dos perseguidos após testemunhar uma violenta invasão do exército nazista em um orfanato para crianças judias.

Depois de ver em primeira pessoa o horror da guerra e o ódio semeado contra a população judaica, Marion decidiu que faria qualquer coisa para apoiar secretamente a Resistência Holandesa.

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United States Holocaust Museum

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Nos anos de colaboração com a Resistência de seu país, Marion conseguiu salvar cerca de 150 crianças do horror dos campos de deportação e concentração, fazendo-as passar por suas; o caso mais marcante foi durante 1944, quando a corajosa mulher resgatou os três filhos do filósofo holandês Fred Polak e toda a sua família simplesmente agindo com grande coragem e tenacidade: para garantir que as três crianças não fossem deportadas, Marion atirou no colaborador que tinha descoberto a família Polak, que tinha conseguido se esconder graças ao apoio da mulher.

No final da guerra, Marion decidiu trabalhar com as Nações Unidas na Alemanha e lá conheceu Anton Pritchard, um dos líderes dos campos de reabilitação de sobreviventes. Em 1947, ela se casou com o homem e se mudou definitivamente para os Estados Unidos, onde continuou a apoiar e ajudar as famílias de refugiados judeus.

United States Holocaust Memorial Museum

United States Holocaust Memorial Museum

A coroação de uma vida para esta mulher ocorreu em 1981, quando ela recebeu o título de "Justos entre as Nações", um prestigioso prêmio que é concedido a todos os cidadãos não judeus que se esforçaram para tentar salvar o maior número de pessoas da fúria dos nazistas da época.

A história de Marion Pritchard, embora pouco conhecida pela maioria das pessoas, merece ser contada mais uma vez, como um testemunho de quanto a coragem do ser humano pode fazer a diferença mesmo nos períodos mais sombrios da história.

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