Esta mãe negra desabafa e silencia qualquer um que diga a ela que sua filha é "muito branca para ser dela"

por Roberta Freitas

08 Setembro 2021

Esta mãe negra desabafa e silencia qualquer um que diga a ela que sua filha é "muito branca para ser dela"
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Infelizmente, não é novidade que o racismo e a discriminação de vários tipos ainda sejam realidades muito presentes em todos os países do mundo. Embora a sociedade em que vivemos esteja se modernizando, parece que algumas pessoas ainda têm uma mentalidade retrógrada, que tende a discutir questões muito delicadas sem nenhuma consideração pelos outros.

Uma história que nos leva a refletir sobre o quanto o flagelo do racismo ainda está vivo é a de Ena Miller, uma jovem mãe negra que, após dar à luz a sua filha, se viu lutando diariamente com comentários maldosos de pessoas que, impulsionadas por sua insensibilidade, usam o teclado do telefone como uma arma.

via BBC

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Facebook / dailystarzambia

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Viver com discriminação não é nada fácil, e se antigamente as pessoas faziam comentários e piadas de mal gosto na mesa de um bar, com a chegada das redes sociais só piorou as coisas, porque agora basta criar uma conta falsa e se esconder atrás do teclado do seu smartphone para insultar alguém de graça.

Imagine como deve ter sido difícil para Ena se expor publicamente: entre os vários insultos racistas, desconhecidos disseram à mulher que Bonnie, sua filhinha, na verdade "não pode ser" sua filha biológica porque é muito branca em comparação a ela: "desde o dia em que ela nasceu, minha filhinha foi julgada pela cor de sua pele".

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O aspecto mais triste dessa história é que, a discriminação sobre sua maternidade legítima, teria começado no dia seguinte ao parto, no hospital, quando uma parteira perguntou a Ena se Bonnie era realmente seu bebê.

A partir desse momento, em vez de viver um dos melhores momentos da sua vida, Ena se viu obrigada a lidar com desconhecidos que parecem gostar de comentar sem qualquer delicadeza esse aspecto da sua maternidade: “cinco semanas depois de ter saído do hospital, eu estava dando uma boa caminhada que acabou sendo desagradável. Um homem apareceu na minha frente gritando agressivamente perguntando por que minha filhinha era tão branca!”.

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Cansada de brigar constantemente, Ena se deixou levar por uma explosão muito profunda: “quem não me conhece fica à vontade para me perguntar se sou mãe de Bonnie ou para comentar sobre a cor de sua pele. É só me perguntar se meu bebê é meu só porque eu sou negra e ela é branca”.

Na verdade, por trás dessa “dúvida existencial” que parece afetar quem está pronto para julgar sem saber, há uma explicação muito simples e esclarecedora: Bonnie é branca comparada à mãe simplesmente porque seu pai é branco.

Infelizmente, vivemos em um mundo onde as pessoas estão constantemente fazendo uso do direito de se manifestar, em qualquer situação; e alguns se escondem atrás da desculpa da “liberdade de expressão e de pensamento”. Mas, a este ponto, naturalmente nos perguntamos: pode ser considerada liberdade o ato de ofender e machucar os outros? Ou a sua liberdade acaba quando começa a minha?

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