Nenhuma criança pode ser feliz vendo os pais que brigam sempre

por Roberta Freitas

07 Maio 2019

Nenhuma criança pode ser feliz vendo os pais que brigam sempre
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Para cada indivíduo, o núcleo familiar é o primeiro contato com o mundo externo, a primeira forma de interação e relacionamento com os outros. Crescer em um ambiente sereno é essencial para o desenvolvimento psicofísico da criança, que se tornará um membro saudável da sociedade uma vez que seja um adulto. Por outro lado, viver em um ambiente tóxico, onde os pais não fornecem orientação ou se comportam violentamente, causa ferimentos graves e lacunas emocionais.

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Pxhere

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Desde a infância, mamãe e papai são as principais figuras de referência porque ajudam a estabelecer as bases do caráter e da personalidade. Ao observá-los, a criança aprende a se relacionar com seus pares e a administrar as diferentes situações da vida. Assistir continuamente a brigas, agressões físicas ou verbais, provoca a sedimentação de emoções, sentimentos e lembranças na memória, mesmo em uma idade em que ainda não temos os meios para entender completamente o que está acontecendo. Embora não em um nível racional, a criança entende que algo não está indo e acaba internalizando tudo. 

Numa condição em que os papéis não são bem definidos, não há manifestação de respeito ou afeto parental, a criança tende a acreditar que essa é a única realidade possível. Quando cresce pode entrar em contato com outras famílias e detectar a diferença com a sua, mas a maior parte do dano já foi feito. Excluindo os casos limítrofes nos quais os choques entre pai e mãe atingem consequências dramáticas, cada casal pode passar por períodos de crise ou momentos de tensão. É difícil manter sempre o autocontrole, deixar o diálogo prevalecer e comunicar-se apenas com tons calmos.

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Pixabay

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Em essência, ninguém é perfeito, mas isso não precisa ser um álibi ou uma desculpa para deixar que a  raiva tome conta e que cause choques reais para os pequenos. A coisa mais importante, mesmo nos momentos mais difíceis, é tentar não "fazer um show" na frente de seus filhos, protegendo-os o máximo possível também de si mesmo. Por fim, não utilizá-los como instrumento de chantagem ou como meio de prejudicar um ao outro, diminuindo a figura de um ou outro genitor a seus olhos, tais traumas criam curtos circuitos na mente da criança que, como adulto, pode ter dificuldades nas relações interpessoais. 

Essas são dicas preciosas para mães e pais. Pelo bem dos próprios filhos.

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