Mãe desiste da guarda de sua filha de 3 anos porque não consegue criar laços com ela

por Roberta Freitas

22 Junho 2022

Mãe desiste da guarda de sua filha de 3 anos porque não consegue criar laços com ela
Advertisement

Em nossa sociedade existem tantos assuntos tabus que preferimos ignorar ao invés de enfrentá-los. Entre eles estão as muitas crenças em relação às mães: devem amar seu filho sempre e em qualquer caso? Ou melhor: é possível que uma mãe possa não amar sua filha como deveria? A jovem Laury Leonardi revelou, em uma comovente confissão, que quer renunciar à guarda da filha de 3 anos, exatamente porque nunca conseguiu criar um vínculo forte com ela. É uma escolha dolorosa, que a jovem teve a coragem de enfrentar. É claro que não faltou polêmica nesse sentido.

via Youtube / Konbini

Advertisement
Flickr / Anders Printz / Not the actual photo

Flickr / Anders Printz / Not the actual photo

Laury Leonardi, 23 anos, explicou entre lágrimas que nunca conseguiu amar sua filha, Mia, como mãe de verdade. A história dela é semelhante à de muitas outras jovens mães, que ficaram presas em uma gravidez indesejada e foram deixadas sozinhas pelo parceiro. Laury engravidou com apenas 19 anos, um acontecimento que abalou sua vida, e hoje, aos 23, sente que não é uma boa mãe, ou pelo menos não como gostaria. Todas as mães enfrentam momentos de incerteza e frustração, mas é raro não se relacionar bem com sua filhinha. Laury, por outro lado, decidiu renunciar à guarda da menina:

"Os primeiros meses estavam indo muito bem, eu a alimentei, fiz isso porque era normal. Dei banho nela, vesti ela como uma boneca porque me disseram que era assim, que tinha que dar carinho para ela. Mas logo que ficou um pouco mais complexo, como brincar com ela, abraçá-la, beijá-la, ler histórias, ficou super complicado. Eu não conseguia me relacionar com ela”, confessou Laury.

Advertisement
Pixabay

Pixabay

O testemunho dramático de Laury continuou com estas palavras: "Mia era uma garotinha que chorava muito, ela sempre chorava e eu não sabia como acalmá-la. Eu estava tipo, 'Ok, a culpa é minha, estou fazendo algo errado?' Eu tinha medo de fazer algo de que me arrependeria. Comecei a me sentir culpada, dizendo a mim mesma que era uma mãe horrível". Laury teve uma experiência ruim durante esses primeiros anos em que experimentou a maternidade, tanto que teve que ser hospitalizada e submetida a tratamento contra a depressão. Nesse contexto, a melhor escolha a ser feita por Mia era aquela de afastá-la: Laury pediu ajuda a uma assistente social e finalmente decidiu abrir mão de seus direitos parentais.

"Faz um ano desde a última vez que a vi. Eu sinto falta dela, no sentido de que eu aprendi a amá-la. Eu só não a amo como uma mãe. Eu a amo como qualquer garotinha que tivesse ficado sob minha responsabilidade”, explicou a mulher. "Sei que ela está muito melhor sem mim", continuou Laury, "e pelo menos ela tem uma vida saudável, tem tudo o que precisa. Uma família excepcional a adotou e isso é tudo o que queria para ela, uma família de verdade, é a melhor vida que eu poderia ter dado a ela. E estou muito melhor desde que sei que ela está bem".

Advertisement