Pai gay adota menino autista: "não é fácil e sou sozinho, mas ele me dá toda a força que preciso"

por Roberta Freitas

02 Agosto 2022

Pai gay adota menino autista: "não é fácil e sou sozinho, mas ele me dá toda a força que preciso"
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A chegada de um filho é um evento que muda a vida de todos os pais e é um presente que não precisa necessariamente ter origem biológica. A adoção, de fato, é um dos gestos mais generosos que uma pessoa pode fazer em sua vida: ela muda o futuro de uma criança que até então não tinha tido sorte, garantindo a ela o cuidado, a proteção e um ambiente feliz que todos merecem. O vínculo que é criado entre filho e pai adotivo às vezes é muito superior ao simples compartilhamento de genes.

Um exemplo é Ruben, um mexicano que teve que enfrentar muitos desafios em sua vida, mas que conheceu a maior alegria em se tornar pai.

via Love what matters

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Aos 7 anos, Ruben se mudou do México para os Estados Unidos com sua família: sua jornada não foi nada fácil, ele até teve que atravessar um rio de águas geladas. Uma vez que ele chegou aos Estados Unidos, viveu com sua família no Texas, em meio à pobreza. As dificuldades para Ruben não eram apenas econômicas: desde a adolescência ele sofreu bullying por causa de sua homossexualidade e de sua nacionalidade estrangeira. Apesar de tudo, se formou e conseguiu um ótimo emprego com apenas 29 anos, comemorando constantemente seus sucessos com a família ao seu lado.

Uma vez que esses marcos importantes foram alcançados, Ruben começou a pensar que, para se sentir verdadeiramente completo e realizado, ele tinha que se tornar pai. Ele entendeu que a adoção lhe daria um propósito real na vida, bem como a capacidade de fazer uma diferença significativa na vida do pequeno que ele criaria. Assim começou sua jornada aos 33 anos. Ele sabia os obstáculos que teria que enfrentar ao longo do caminho, principalmente para equilibrar seu trabalho com o dever de sempre colocar as necessidades e interesses de uma criança à frente dos seus, mas não queria desistir.

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Ela encontrou o pequeno Hector pela primeira vez em 2017, um ano depois de iniciar o processo de adoção e obter a cidadania americana. Naquele momento, ele estava chateado e estressado devido aos longos procedimentos de solicitação e aprovação: era solteiro, trabalhava em período integral e não tinha parentes próximos para ajudá-lo, seu perfil não parecia adequado para adotar uma criança.

Até que chegou um lindo menino mexicano de 7 anos que conseguiu roubar seu coração desde o início. O vínculo deles foi imediato: passaram o dia comendo e brincando juntos. Naquele momento Hector não estava falando - devido ao seu autismo - mas apenas apontando para as coisas. Todos ficaram surpresos com a facilidade com que ele se relacionava com Ruben.

"Não sei o que aconteceu, só queria cuidar dele logo”, lembrou Ruben do primeiro encontro. Infelizmente não foi escolhido. Mais um ano se passou antes de receber um telefonema que mudou sua vida: foi proposto a ele cuidar do menino mexicano que conquistou seu coração e que até então não tinha conseguido encontrar uma família adequada para ele.

Apesar da alegria de receber um filho, Ruben não teve escrúpulos em admitir que temia não poder cuidar de Hector. O pequeno não falava e tinha grandes problemas de comportamento. O homem tentou desde o início apoiá-lo, mesmo com a ajuda de profissionais. Uma noite, ele se viu sentado no chão da cozinha chorando. Aí aconteceu um pequeno milagre: Hector se aproximou dele e o consolou com toda a simpatia possível, pronunciando uma frase que ficará gravada na mente de Ruben pelo resto da vida: "não desista, você consegue". Essas poucas palavras lhe deram a vontade de lutar com o pequeno Hector.

Em 14 de agosto de 2020 Ruben e Hector finalmente conseguiram realizar seu sonho, se tornando oficialmente uma família maravilhosa.

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