Não obrigue as crianças a beijar os adultos: elas têm o direito de decidir com quem se relacionar

por Roberta Freitas

26 Fevereiro 2019

Não obrigue as crianças a beijar os adultos: elas têm o direito de decidir com quem se relacionar
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As manifestações de afeto devem ser sempre espontâneas, não ditadas por convenções ou imposições. Isto é ainda mais verdadeiro para as crianças que não têm os filtros e as estruturas sociais dos adultos e devem ser capazes de se comportar de forma independente, decidindo por si mesmas como e para quem se abrir mais.

Psicólogos alertam sobre os riscos de forçar uma criança a beijar alguém ou ter atitudes que elas sozinhas não teriam.

via parents.com

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mark sebastian/Flickr

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Quantas vezes os pais empurram seus filhos um pouco relutantes em cumprimentar parentes ou conhecidos dizendo coisas como "dá um beijo na tia" ou "abrace o seu avô", etc.

Não é apenas timidez ou falta de sociabilidade, porque, nesse momento, a criança está fazendo uma escolha precisa na forma como ela administra confiança e intimidade por meio do contato físico. É a opinião de muitos especialistas que forçar os pequenos a demonstrar afeição quando eles não têm o estímulo ou o desejo é uma espécie de violação de seus espaços.

Ao exagerar esse processo mental, alguns argumentam que o hábito de impor esse tipo de comportamento pode influenciar negativamente o desenvolvimento emocional da criança. Um indivíduo em crescimento pode então tornar-se mais vulnerável, ser mais facilmente forçado a fazer algo quando adulto e ainda mais exposto ao risco de abuso sexual.

Isso obviamente é um exagero que tem como objetivo sensibilizar os grandes a respeitarem os tempos e os espaços dos pequenos, sem serem obrigados a fazer coisas que não querem. Por meio desse tipo de compulsão aparentemente inócua, a criança também pode aprender a fingir afeição, adquirindo assim a capacidade obscura de simular os sentimentos com os outros.

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MFer PhotographyFlickr

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Para ajudar os pequenos a proteger seu corpo e sua dimensão emocional, mostrando-se ainda educados com os outros, você pode ensiná-los a dar a mão, "dar um soquinho" ou "dar o cinco", de uma forma agradável. Desta forma, a criança poderá seguir seu próprio ritmo de adaptação pessoal, sem ofender as sensibilidades das pessoas.

A prioridade deve ser sempre o bem-estar de seus filhos, por isso devemos fazê-los entender que ninguém pode forçá-los a se deixarem tocar se isso os incomoda. Uma criança sabe por si mesma quando deixar ir para uma maior intimidade física, e fará isso espontaneamente na hora certa.

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