Os vizinhos pedem que um médico se mude por medo do coronavírus: "Não tenho para onde ir"

por Roberta Freitas

24 Abril 2020

Os vizinhos pedem que um médico se mude por medo do coronavírus: "Não tenho para onde ir"
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Desde o início da pandemia do Coronavírus, não é incomum ler histórias de pessoas que, dentro dos limites de suas possibilidades e além, estão dando o seu melhor para ajudar aqueles que estão mais em dificuldade. Infelizmente, da mesma maneira, acontece frequentemente de ler sobre muitos outros homens e mulheres que não hesitam em aproveitar o momento para dar vazão aos seus instintos mais egoístas e vergonhosos. Muitas vezes, mesmo em detrimento de pessoas como médicos e enfermeiros, que estão na linha de frente contra o vírus.

Aconteceu na Argentina, em Moron, onde o médico Marcelo Roldan, saindo de casa para mais um de seus longos e exaustivos turnos no hospital, encontrou uma folha em sua porta com uma mensagem lamentável da parte dos seus vizinhos. 

via Minutouno

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"Olá, Dr. Roldan. Sabemos do seu bom trabalho no hospital e agradecemos, mas você também deve pensar nos vizinhos. Aqui estão crianças e idosos: pedimos que você encontre outro lugar para ficar, até que a epidemia de Covid-19 passe". 

Apesar do tom calmo e do agradecimento, não há dúvida de que esse pedido é um ato de egoísmo e falta de gratidão para com uma pessoa que, fazendo sacrifícios e dando o melhor de si, luta pelo bem-estar da comunidade. Exatamente aquela comunidade que, em vez de expressar proximidade, tentou afastar o médico. 

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Descrença e amargura nas palavras de Marcelo: "me convidam a ir para outro lugar por causa da pandemia, porque sou médico. Eu, no entanto, não tenho outro lugar para ir. O medo, às vezes, tirafora o pior de nós". Impossível culpá-lo, uma vez que fazer um pedido desse tipo a um médico que trabalha na linha de frente durante uma terrível emergência como a do Coronavírus significa, portanto, ser guiado apenas pelo egoísmo e pelo medo.

Um medo que não pode ser justificado, uma vez que o próprio Marcelo, em casa, evita ter contato direto com a família e muito menos vizinhos. É provável que sentimentos desse tipo levem à injustiça e, nesse caso, aconteceu. Esperamos que cada vez mais pessoas entendam que neste momento é necessário agir com coragem e bom senso.

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