No Natal, as cadeiras vazias dos que já não estão mais aqui nos lembram a importância de cultivar os laços que negligenciamos

por Roberta Freitas

17 Dezembro 2020

No Natal, as cadeiras vazias dos que já não estão mais aqui nos lembram a importância de cultivar os laços que negligenciamos
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Há um momento do ano em que as grandes ausências emocionais que marcam a nossa vida se fazem sentir cada vez com mais força: estamos falando da chegada do Natal, o principal momento do ano em que as famílias de todo o mundo se reúnem em torno a uma mesa cheia de comida para celebrar o nascimento de Jesus e para trocar presentes entre si. Um momento do ano em que se celebra o valor e a unidade da família, mesmo para quem já não tem família.

via Very Well Health

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Sim, porque para quem perdeu um ente querido, a chegada do Natal já não é uma ocasião de alegria, de despreocupação, de luzes e enfeites em casa, árvores e papel de embrulho; celebrar o Natal em torno de uma mesa posta que fica cada vez mais vazia é um golpe muito duro para o coração. As cadeiras de festa vazias são um lembrete de quanto a vida pode tirar de nós, mas também de quanto a vida sabe nos dar todos os dias.

Depois de perdermos um ente querido para sempre, seja um dos pais ou mesmo um filho, a vida nunca mais será a mesma, as festas não terão mais o tom alegre que outrora associávamos a elas, até nós mesmos não seremos mais aqueles de antigamente. Mas a própria vida nos ensina que, para cada porta que se fecha, há sempre um novo começo, para cada morte, uma nova vida.

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E o que é o Natal senão a festa mais importante deste ponto de vista? O que celebramos neste extraordinário dia do ano, senão o extraordinário poder de (re)nascimento, tanto físico como espiritual? As cadeiras que permaneceram vazias ao longo dos anos existem para nos lembrar que algo extremamente importante para nós já não existe, nunca mais voltará, mas viverá para sempre ao nosso lado, guardado no nosso coração. E também podem ser um incentivo para consertar e cultivar relacionamentos com aqueles que ainda estão aqui, parentes, amigos ou conhecidos, a quem podemos ter negligenciado nos últimos anos.

Para cada fim há sempre um novo começo, mesmo para iniciarmos uma nova fase da nossa vida, uma fase marcada por uma nova consciência de que ninguém nos abandonou realmente, a não ser através de uma cadeira vazia que faz tanto barulho durante as festas de final de ano. Portanto, continuemos a deixar esta cadeira vazia todos os anos, para que a ausência se torne memória, e a memória seja uma presença eterna em nossos corações que não estão mais solitários.

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