Um empregado do McDonald's com síndrome de Down se aposenta depois de ter servido sorrisos por mais de 30 anos

por Roberta Freitas

07 Fevereiro 2019

Um empregado do McDonald's com síndrome de Down se aposenta depois de ter servido sorrisos por mais de 30 anos
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Encontrar um emprego hoje em dia não é fácil; ter o sucesso de fazer carreira na mesma empresa, é cada vez mais difícil. E quanto àqueles que chegam à aposentadoria depois de terem passado toda a sua vida profissional na mesma empresa? Nós certamente a definiríamos uma pessoa de muita sorte.

E, sem sombra de dúvida, Russell O'Grady teve muita sorte: com síndrome de Down, conseguiu se aposentar aos cinquenta anos depois de passar mais de trinta trabalhando para o McDonald's. Mas talvez, quem ganhou mais com essa colaboração foi a empresa, que pode ter um empregado fiel ao seu dever e sempre com um sorriso para todos.

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Russell O'Grady é uma daquelas 6.000 crianças que nascem todos os anos com síndrome de Down nos Estados Unidos; uma condição genética que determinou algumas características físicas inconfundíveis, mas certamente não a sua boa sorte - uma história que Russell construiu com suor e determinação, alcançando seus objetivos. 

Era 1984, quando Russell, com 18 anos, entrou pela primeira vez em um restaurante McDonald's em Northmead, a oeste de Sydney, para começar um estágio organizado pelo Jobsupport: uma iniciativa do governo australiano para ajudar pessoas com deficiências intelectuais a encontrar um emprego remunerado. Na verdade, naquela época, era particularmente difícil para as pessoas com deficiência terem oportunidades semelhantes.

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Uma experiência que Russell viveu dando o máximo de si, em termos de compromisso, mas também em espírito: foi assim que no final do estágio, a empresa decidiu efetivá-lo. Esse foi o início desta experiência de trabalho que durou 32 anos, durante os quais Russell cuidou de tudo: da limpeza ao atendimento ao cliente, das confecções das caixas para as festas à cozinha, tornando-se um funcionário modelo - e não só.

Seu supervisor, Courtney Purcell, disse que Russell havia se tornado uma espécie de ícone para os clientes, que também vinham de longe para conhecê-lo, se apegando. "Temos clientes regulares que vêm ver Russell na quinta e sexta-feira, e a equipe cuida dele, então sentiremos sua falta", acrescentou Purcell. Na verdade, Russell sempre provou ser um funcionário responsável, precioso e muito gentil com todos.

Uma estima - expressada pelos clientes e por todos os seus colegas - que deixou a família de Russell orgulhosa, já que o padre Geoff também enfatizou "Russell é muito carinhoso, amado e apreciado por todos". O irmão Lindsey também afirmou que Russell "ama muito seu trabalho, às vezes é ousado, é meu irmão mais velho - e me mantém na linha".

O fato de ter uma profissão estável e sentir-se valorizado por seu trabalho teve um impacto muito forte e positivo na vida de Russell, levando-o a ter uma perspectiva diferente e melhor, como diz seu pai: "Alguém perguntou se ele era deficiente, e ele respondeu: eu era quando eu fui para a escola, mas agora eu trabalho no McDonald's".

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Apesar de todas as satisfações que teve no trabalho, depois de 32 anos, Russell sentiu que era hora de se aposentar; de acordo com o que ele disse, é um ótimo jogador de boliche, e provavelmente passará a maior parte de sua aposentadoria no Northmead Bowling Club - onde temos certeza de que em breve ele vai ganhar a estima de novos admiradores. ;)

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