Uma cabeleireira permanece aberta durante o lockdown e é condenada a 7 dias de prisão: "Eu tenho que alimentar meus filhos"

por Roberta Freitas

10 Maio 2020

Uma cabeleireira permanece aberta durante o lockdown e é condenada a 7 dias de prisão: "Eu tenho que alimentar meus filhos"
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As repercussões econômicas que a pandemia de Coronavírus está tendo em todo o mundo são agora bem conhecidas por muitos. A necessidade de distância entre as pessoas e de conter os contágios levou ao fechamento de qualquer coisa que não fosse estritamente necessária, com óbvia perda de ganhos por parte dos empregados e empregadores em muitas atividades.

A mulher sobre a qual falaremos é uma dessas pessoas. Movida por suas necessidades, ela decidiu ir contra os bloqueios impostos pelas autoridades, se recusando a manter seu salão de cabeleireiro fechado. Por esse gesto, ela recebeu uma punição que está causando muita controvérsia.

via CBS DFW

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CBSDFW/Youtube

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Estamos no Texas, um estado americano em que as medidas restritivas devidas ao Covid-19 levaram ao fechamento de cabeleireiros, entre outras lojas. Shelley Luther, violando essas ordens, decidiu reabrir a sua atividadeccomercial mais de duas semanas antes do previsto. A motivação, de certa forma, também pode ser compreensível: a mulher, de fato, justificou sua desobediência com a necessidade urgente de ganhar para "alimentar sua família".

No entanto, em uma situação tão séria e particular como a que os Estados Unidos - e o resto do mundo - estão enfrentando por causa do vírus, as necessidades e dificuldades pessoais, para muitas pessoas, foram forçadas a entrar em segundo plano. E é por esse motivo que a mulher recebeu imediatamente uma carta do juiz do condado de Dallas ordenando que ela fechasse imediatamente.

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Em resposta, Shelley tornou público seu caso, se recusando a suspender seus negócios. As consequências foram severas para ela: não apenas recebeu uma multa de US$ 7.000, mas - dada sua relutância em fechar e pedir desculpas por seu comportamento - a mulher também foi condenada a 7 dias de prisão.

Uma decisão difícil e exemplar, justificada pelo tribunal pela constante recusa da mulher em "pedir desculpas por seu comportamento desrespeitoso com as instituições e toda a comunidade". De fato, os juízes insistiram que, em uma situação excepcionalmente séria como essa, ninguém pode se dar ao luxo de agir apenas seguindo suas necessidades pessoais, ainda que justas e sacrossantas.

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Luther, no entanto, respondeu que não tinha medo de sanções e não se comportava de maneira egoísta, dada a necessidade de ganhar para viver. Uma história que reflete perfeitamente os tempos em que vivemos e que certamente tem seus aspectos controversos. Tudo o que resta é esperar que tudo isso acabe em breve e que todos possamoa voltar a uma vida normal.

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