Quando amamos de verdade a fidelidade não é um sacrifício, mas um modo natural de ser

por Roberta Freitas

01 Fevereiro 2019

Quando amamos de verdade a fidelidade não é um sacrifício, mas um modo natural de ser
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Pode soar retórico e é de uma simplicidade desarmante: quando você ama, quando você realmente ama, a lealdade não é um fardo, mas uma coisa natural. Falamos de sentimentos profundos, de amor capaz de desafiar o tempo e as dificuldades, mas que certamente não sobrevive quando não há sinceridade. A fidelidade é um tema sempre presente, no centro das reflexões e discussões em todas as épocas, exatamente porque toda geração passa por mudanças e adaptações de natureza ética, social e moral. Estatisticamente, o número de pessoas que traem aumenta constantemente em relação ao passado, alguns falam de uma crise de valores, outros de uma exasperação da individualidade.

via auburnpub.com

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Hoje vivemos em uma sociedade onde o compromisso é visto como uma gaiola, não como uma manifestação de vontade. Viver a fidelidade como uma condenação significa já sair derrotado. Estar com alguém não tem que ser "renunciar a todos os outros", mas sim "não precisar de mais ninguém" porque você já está feliz e satisfeito. Obviamente não precisamos dizer que na vida de um casal não pode faltar alegrias e prazeres, caso contrário, a força da motivação que determinou a escolha é esmagada pelo esforço e sacrifício e a fidelidade torna-se apenas um compromisso a ser honrado. Os obstáculos reais de muitos relacionamentos são a normalidade e a rotina: devemos tentar encontrar novamente uma razão para continuar juntos nessa viagem. 

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Outro aspecto que faz com que hoje o amor seja mais frágil é a superficialidade com que as pessoas começam um relacionamento. Casamentos ou morar juntos não são levados a sério, quase como se fosse uma brincadeira ou uma experiência marcada em sua lista de "coisas a fazer". A falta de maturidade e consciência no momento em que uma história de amor começa pode determinar uma maior predisposição à traição. Em tudo precisamos de equilíbrio, por isso, se por um lado não é bom ficar juntos e terminar por motivos fúteis, também não é necessário ficar condenado a uma existência infeliz como no passado, quando a separação e o divórcio eram praticamente inconcebíveis. Estar juntos não precisa ser um sacrifício, mas também não podemos nos render a qualquer pequeno problema.

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Este é talvez o "x" da questão, o não querer se esforçar demais, e a percepção de poder sempre recuar a qualquer momento. Da mesma forma que quando algo não funciona e você não perde tempo consertando, mas joga fora e compra outro, as pessoas também acabam sendo intercambiáveis e substituíveis.

A armadilha está no fato de que cada pessoa tem limites, então a ilusão da busca pelo parceiro perfeito provavelmente se tornará um loop infinito. Pensar que por trás da próxima esquina há sempre algo melhor, na verdade, leva apenas à solidão e à insatisfação. Os pré-requisitos para um relacionamento sólido são sinceridade, respeito e disposição para saber ceder. O amor é um trabalho de equipe diário, deve ser vivido sem os espectros do passado ou miragens do futuro, mas apreciando aqueles que estão presentes no presente.

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